Federação Inglesa de Futebol solicita banimento do atleta do West Ham após acusações graves relacionadas a apostas.
Na data de segunda-feira, 17 de junho de 2024, teve início o julgamento de Lucas Paquetá, jogador profissional atuante pelo West Ham United, perante a Federação Inglesa de Futebol (FA). A entidade desferiu uma denúncia formal contra o atleta em maio do mesmo ano, alegando que ele teria cometido infrações significativas vinculadas a apostas esportivas.
Este caso, que atraiu a atenção da mídia britânica e internacional, é parte de um rigoroso processo de fiscalização imposto pela FA, cuja legislação em relação a práticas de apostas no esporte se destaca pela sua severidade. O julgamento de Paquetá deve ocorrer ao longo de três semanas e, segundo fontes, a FA demanda a exclusão do jogador do cenário futebolístico, uma penalização que pode ser classificada como uma das mais drásticas na carreira de um atleta.
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A acusação baseia-se na suposta violação das normas éticas estabelecidas pela FA, especificamente nas regras que governam as apostas durante competições de futebol. As infrações atribuídas ao ex-jogador do Flamengo referem-se a quatro partidas específicas do Campeonato Inglês, a saber:
1. Leicester City, em 12 de novembro de 2022
2. Aston Villa, em 12 de março de 2023
3. Leeds United, em 21 de maio de 2023
4. Bournemouth, em 12 de agosto de 2023
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Em todos esses jogos, Paquetá recebeu cartões amarelos, um fato que, segundo as investigações, poderia estar interligado às supostas intenções de manipulação de resultados para benefício próprio ou de terceiros no mercado de apostas. A FA afirma que a gravidade das violações ultrapassa o âmbito das simples infrações; as ligações com apostas consideradas impróprias foram um fator preponderante para a denúncia.
Após o anúncio da investigação, Lucas Paquetá demonstrou seu descontentamento e surpresa através de uma declaração divulgada em suas redes sociais. “Estou extremamente surpreso e chateado com o fato de a FA ter decidido me acusar. Cooperei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações que pude durante estes nove meses. Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome. Devido ao processo em andamento, não fornecerei mais comentários”, afirmou o atleta, evidenciando sua disposição de combater as acusações.
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As leis sobre apostas na Inglaterra são amplamente reconhecidas por sua rigidez e complexidade, refletindo a importância e o impacto do fenômeno no mundo esportivo. O sistema de monitoramento das atividades de apostas é sofisticado e tem como principal objetivo a preservação da integridade das competições. Ao longo dos anos, a FA consolidou um histórico contundente de punições em casos de infrações, incluindo condenações severas anteriores, como a de Moses Swaibu, zagueiro que, em 2013, foi sentenciado à prisão por condutas ilícitas relacionadas a apostas.
A atual situação de Lucas Paquetá é considerada particularmente delicada pela natureza das acusações. Ele enfrenta a possibilidade de sanções rigorosas, uma vez que a FA denunciou quatro supostas violações da Regra E5.1, que estipula que “um jogador não deverá, direta ou indiretamente, tentar influenciar, para fins impróprios, o resultado, o progresso, a conduta ou qualquer outro aspecto ou ocorrência em ou em conexão com um jogo ou competição”. As implicações de uma condenação nessa esfera podem resultar em consequências devastadoras para a carreira de um atleta.
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Adicionalmente, surgiram informes indicando que pessoas associadas ao jogador podem ter se beneficiado diretamente das apostas em cartões amarelos recebidos por Paquetá. A residência de sua família no Rio de Janeiro levanta questões que podem agravar ainda mais sua posição no julgamento.
Caso as provas indiquem que a intervenção de Paquetá teve influência direta sobre os resultados das partidas, ele poderá ser acusado de manipulação de jogo, o que acarretaria uma suspensão vitalícia. A tipificação de conduta imprópria em apostas fornece um espectro de punições, que podem variar desde uma mera suspensão até o banimento definitivo, acompanhados de possíveis multas.
Ao longo deste processo, a comissão reguladora da FA analisará se Paquetá colaborou com as autoridades competentes, um fator que poderá mitigar uma eventual penalização, dependendo da profundidade de sua colaboração. No Brasil, paralelamente, a CPI das Apostas continua a acompanhar os desdobramentos deste impasse, refletindo a intersecção entre o esporte e a legislação sobre apostas em um cenário global cada vez mais atento às práticas de integridade nas competições.
Diante do exposto, o caso de Lucas Paquetá não apenas ressalta a crescente preocupação com a ética no futebol, mas também instiga debates sobre a proteção da integridade do esporte contra práticas corruptas. O desfecho deste julgamento poderá ter repercussões significativas não apenas na carreira do jogador, mas também na maneira como as entidades esportivas lidam com a questão das apostas em um futuro próximo. Com a palavra final prestes a ser proferida, o mundo do futebol observa atentamente os desdobramentos dessa intrigante narrativa.
