No Brasil, deputado solicita suspensão de “jogos violentos”.
Nesta última quarta-feira, o deputado brasileiro Zé Trovão, atuante do partido PL-SC, solicitou ao governo a suspensão dos jogos violentos no Brasil pelo período de 30 dias. Segundo informações divulgadas pelos meios de comunicação, o deputado pediu ao Ministério da Justiça que proibisse os jogos violentos no país, devido aos casos de ataques em escolas que têm ocorrido nas últimas semanas.
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Em sua colocação, o deputado Zé Trovão argumentou que o envolvido no ataque à creche em Blumenau, Santa Catarina, "teria utilizado um chat de jogos violentos para se comunicar com outras pessoas antes de cometer o ataque". Além disso, o deputado afirmou que essa informação "sugere que o indivíduo pode ter sido influenciado negativamente pelos conteúdos violentos presentes nesses jogos".
Diante disso, o deputado Zé Trovão solicitou a proibição de jogos violentos no Brasil por 30 dias. Ele informou o seguinte ao Ministério da Justiça: "Sugiro a suspensão temporária, pelo prazo de 30 dias, dos jogos eletrônicos que incitem comportamentos violentos, bem como sua venda, até que se conclua a investigação sobre a motivação do ataque na creche de Blumenau.”
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É importante destacar que nos últimos meses a comunidade de jogos eletrônicos tem buscado conquistar um espaço dentro do governo para que os eSports sejam reconhecidos como uma categoria esportiva. No entanto, várias discussões foram realizadas, chegando até mesmo à ministra atual do Esporte no Brasil negar a consideração dos eSports como esportes.
Após isso, uma série de cobranças foram feitas sobre a postura da ministra do Esporte no Brasil, que a levou a reconsiderar a causa durante a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Na audiência em questão, Ana Moser disse: “Todas as relações do esporte eletrônico precisam ser organizadas, porque é um fenômeno inegável e fortíssimo em termos econômicos inclusive.”
Além disso, a atual ministra do Esporte do Brasil revelou: “É um setor importante que não pode ser tratado só pelo esporte, deve ser tratado por outras pastas. A gente está tratando isso dentro do governo. Estamos fomentando bastante para que aconteça o mais rápido possível.”
É válido dizer que até mesmo o Comitê Olímpico já reconheceu os eSports como modalidade esportiva, e sobre isso, Ana Moser chegou a comentar o seguinte: “Pelo o que conheço sistema do Comitê Olímpico, esse festival (organizado pelo COI) é muito em cima dos simuladores. E não desses jogos eletrônicos que tenham as competições pelas características de tiro, bomba, que não dizem muito sobre o que é o espírito olímpico. Essa é a restrição que o sistema olímpico coloca. E que é refletido pelo Comitê Olímpico nacional (COB). Existe uma estrutura de como se lida com esporte eletrônico pelo sistema olímpico. E legalmente é assim que funciona. É uma questão localizada no Ministério do Esporte, mas é ampla.”
Por fim, em sua defesa, Ana Moser argumentou: “O esport no Brasil não é reconhecido como esporte. Houve uma avaliação do Ministério do Esporte há uns oito anos. Eu acompanhei uma parte, fazia parte do conselho. Mas, na decisão, eu não fazia mais parte. Hoje, efetivamente, não é esporte. Isso é um processo que independe de mim. Dentro do fenômeno, a área esportiva tem um formato que tem a questão do movimento. O esporte é movimento. É isso é um fenômeno biopsicossocial. E o bio é muito importante. Como fenômeno científico, biológico, ele tem o movimento. Como fenômeno social, a competição ela pode, num primeiro momento, achar que ela caracteriza como esporte. Mas a competição por si só não denota movimento em esports. É uma discussão que envolve muita coisa. Ela tem de ser feita. Politicamente, você pode tomar qualquer decisão.”
