França irá criar vistos especiais para atletas de eSports.
Em análise, a Ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra, anunciou uma “instrução interministerial que permite a utilização do passaporte de talentos para desportistas de alto nível”, o que irá colaborar até mesmo em contratações de jogadores de eSports para organizações francesas.
Enquanto o governo francês está em via de fomentar os atletas de esportes eletrônicos, no Brasil a Ministra do Esporte resolveu comprar uma briga ao dizer que os eSports não são considerados esportes e sim entretenimento. Em sua fala, Ana Moser, Ministra do Esporte no Brasil declarou:
“A meu ver, o esporte eletrônico é uma indústria de entretenimento, não é esporte. Então, você se diverte jogando videogame, você se divertiu. "Ah, mas o pessoal treina para fazer". Treina, assim como o artista. Eu falei esses dias, assim como a Ivete Sangalo também treina para dar show e ela não é atleta da música. Ela é simplesmente uma artista que trabalha com entretenimento. O jogo eletrônico não é imprevisível. Ele é desenhado por uma programação digital, cibernética. É uma programação, ela é fechada, ela não é aberta, como o esporte.”
Depois da fala da Ministra do Esporte no Brasil, diversos nomes do cenário, e até mesmo o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, repudiaram a visão de Ana Moser. Em manifestação sobre o assunto, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, declarou apoio aos eSports e ainda disse: “Rio, capital dos esports! O Rio reconhece o esports como uma importante modalidade de esporte e que traz consigo os princípios mais importantes da prática esportiva como disciplina, foco, inclusão social e competição.”
Enquanto isso, um dos maiores nomes do cenário competitivo de Free Fire e investidor do cenário de eSports, Nobru, homem por trás da criação da organização “Fluxo”, disse: “Eu acho que fazer a comparação que você fez com uma artista como a Ivete Sangalo, que treina para fazer um show, para justificar que esport não é esporte só porque um jogador treina é você ignorar todo o processo que a pessoa tem ali de preparo físico e mental para disputar uma competição. Se além de esporte, os games também são entretenimento, é só para mostrar que as pessoas já estão buscando outras coisas além do que os jogos tradicionais podem oferecer. A senhora me desculpe, mas eu acho que a diferença está exatamente no seu desconhecimento desse nosso mercado gigantesco, que movimenta milhões e atrai milhares de pessoas.”
Enquanto isso, um dos principais nomes de Counter-Strike, FalleN, aproveitou para se pronunciar a respeito da fala de Ana Moser, dizendo: “Eventualmente, cedo ou tarde, a gente vai precisar ter algumas regulações para o esporte eletrônico no país. São coisas que já estão acontecendo em outros países” [...] “A grande verdade é que as pessoas que estão na condição de poder e cuidam de pastas como esta precisam tentar entender o Brasil como um todo. Muito se fala sobre esse governo que chegou ao poder mais uma vez, sobre tentar ver todos os lados da moeda. É uma coisa que é verdade. Tem que ser olhado mesmo. Se alguém entra em uma pasta com a noção dela sem pesquisar, sem levar em consideração o que outras pessoas pensam, sem levar em consideração coisas que não conhecem, elas correm o risco de fazerem coisas que não fazem sentido para uma parcela da galera.”